Apuração involuntária
"Um relato sobre às desventuras de Crystopher Leforte".
Terça, 29 de julho de 2025.
Ao acordar às seis horas e quatro minutos da manhã, tendo nem completado cinco horas de ciclo de sono, eu não imaginava que teria uma aurora atípica. Levantei, tomei café e fiquei deitado vendo as notícias e causos do X, antigo Twitter e entrei no WhatsApp para ver os grupos de empregos da região.
Ali me deparei com a informação de que o Senai Santos estava com inscrições abertas para o curso de Auxiliar Administrativo, que seria na faixa das 13h30 às 17h30, começando a partir do dia 21 de agosto. As inscrições só poderiam ser feitas presencialmente.
Me animei, pois poderia ocupar minha faixa horária que anda abandonada há uns anos com o desemprego que abate esse profissional de comunicação que vos escreve. Minha área de formação anda cada vez mais sucateada e sem vagas, só entra quem tiver indicação.
Ao ver o curso, enxerguei que ao menos eu poderia estudar algo mais geral com melhor acesso ao mercado de trabalho, se aliando ao horário compatível com os estudos que iniciei na área de Segurança do Trabalho no período noturno.
Fui tomar banho, me arrumei e segui em direção ao ponto de ônibus que me levaria a uma parada próxima ao Senai Santos, fiquei imaginando no caminho como seria ter uma rotina de estudos agitada, mesmo não sendo na área que me interesso.
Também refleti sobre minha tristeza com o mercado de comunicação enquanto estava sentado no banco do ônibus perdido entre meus pensamentos e a paisagem da região na janela do veículo público.
Ao descer do ônibus fui andando até o local, conversei com o porteiro e ele me direcionou a sua direita onde estava localizada a central de atendimento ao cliente, ali fui informado que o curso já havia preenchido às vagas disponíveis a cerca de duas semanas.
Claramente, sai do local meio para baixo, meu primeiro pensamento foi olhar o aplicativo para ver se meu ônibus para casa estava perto. Porém, ele ainda demoraria longos 25 minutos.
Fui em direção ao ponto do outro lado da rua e fiquei ali, sentado pensando, até que me lembrei que deveria avisar ao grupo que a vaga estava fechada, para outros não correrem o mesmo risco que eu:
“🚨 Atenção: O curso foi aberto há duas semanas, já não tem mais vagas. Por favor, preste atenção às datas antes de divulgar”.
Recebi uma mensagem de volta da administradora do grupo:
“Foi postado a 4 dias atrás querida. E outro grupo republicaram pq não haviam preenchido todas as vagas ainda”.
Respondi à mensagem avisando que havia acabado de sair do local e com imagem, além de corrigir a mesma por ter me chamado no feminino, o que demonstrou certa homofobia. E completei com a seguinte fala:
“Estou avisando justamente para evitar que outras pessoas como eu acabem vindo até o local e recebam a notícia de que o curso já está completo e não há vaga. Eu por exemplo gastei dinheiro pegando ônibus pensando que o curso estava aberto para inscrições. É mais uma questão de apuração de fatos e cuidado com os integrantes do grupo não darem de cara com a porta. Entendo que seja um trabalho voluntário da sua parte, mas há de se atentar que viver de republicação sem apuração pode levar a erros como esse”.
A administradora do grupo então respondeu:
“Eu entendo e agradeço pela informação. Mas não tem como saber se na própria página deles continua em aberto e com postagem de 4 dias atrás. Lembrando que esse grupo é voluntário, compartilhamos no intuito de ajudar”.
Fui até a página do Facebook do Senai Santos apurar a divulgação em questão, e no final, ela estava certa de que o local ainda havia sido divulgado há quatro dias após as inscrições.
Concluo que existe um erro na comunicação do Senai Santos, o local que detém um número de telefone e um WhatsApp disponíveis, não atende às ligações no fixo e muito menos responde às perguntas enviadas pelo aplicativo de mensagens.
Sendo assim, ocorre um descaso com quem tenta se comunicar por meios oficiais. Praticamente inexiste uma equipe de comunicação social competente a fim de avisar sobre o fim das inscrições dos cursos por meio de suas redes sociais.
Chegando em casa, conclui que, mesmo desempregado, acabei fazendo uma função da minha área de atuação, a apuração de fatos, como também uma análise da sucessão de erros quando há compartilhamento de informação sem a devida atenção por um transmissor e atualização pelo órgão oficial. No final, quem acaba se prejudicando é o receptor.

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