O que motivou a saída do X/Twitter do ar? Para onde vamos? BlueSky ou Threads?
A meia-noite deste sábado, 31 de agosto de 2024, a rede social X, conhecida anteriormente como Twitter, saiu do ar permanentemente por tempo indeterminado por ordem do ministro Alexandre de Moraes, se baseando nos problemas judiciais que a empresa do magnata da tecnologia Elon Musk tem com a justiça brasileira em diversas instâncias.
Para se ter ideia, já passam dos 18 milhões de reais as multas do STF ao empresário também dono da Tesla. Tudo isso por não cumprimento da lei brasileira, uma empresa estrangeira para atuar no Brasil tem de ter representantes locais.
Aliás, falando nisso, a jornalista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo, trouxe neste sábado que Musk foi a campo tentar achar executivos brasileiros para representarem o X, mas a recusa é em massa, afinal ninguém quer virar “bucha de bilionário”.
O cabo de guerra entre Elon Musk e Alexandre de Moraes já ocorre desde que o magnata comprou o Twitter por 44 bilhões de dólares e o transformou em X em 2022.
Após a compra pelo bilionário da tecnologia, o estrago começou a ser feito, demitindo a equipe da moderação de comentários, o que fez o X ser invadido por grupos extremistas fazendo apologia ao nazismo e destilando misoginia, racismo e diversos preconceitos.
O não mais Twitter e sim agora X se transformou num circo dos horrores com todos os tipos de fake news compartilhadas por grupos de extrema-direita.
Aliás, a PL das Fake News está barrada no Congresso Nacional justamente por conta disso. Caso regulam as redes sociais, políticos da direita podem perder seu alcance de engajamento em suas publicações tendenciosas e até mesmo escabrosas.
O corte de funcionários do X também chegou à equipe de desenvolvedores, o que fez a plataforma não conseguir carregar mais nenhum vídeo direito e ter travamentos constantes. Em novembro de 2022, milhões de dados pessoais de perfis do X foram distribuídos gratuitamente em fóruns cibercriminosos.
A cada dois tweets apareciam para os usuários propagandas do jogo do tigrinho e vendas de cripto moedas. Além da explosão de perfil verificados pagos munidos por inteligência artificial e extremistas de todos os gostos.
O X/Twitter sempre foi conhecido popularmente como a rede dos jornalistas e a que pauta as outras redes sociais e até mesmo programas de televisão, sendo também responsável por grande parte do engajamento destes, principalmente se tratando de reality shows como Big Brother Brasil e A Fazenda, responsáveis pelo faturamento anual da Globo e Record.
Em seu penúltimo dia no ar, até o diretor do BBB, Boninho, se manifestou nas redes sociais, se colocando à disposição para tentar ajudar na negociação. Afinal, ele não quer o fracasso total do reality musical recém-lançado "Estrela da Casa".
Para o X continuar, era preciso somente de uma equipe de representação aqui no Brasil para resolver os problemas judiciais que tem com a justiça brasileira. Vale lembrar que o X é um dos protagonistas no Inquérito das Fake News com a Meta, responsável pelo Facebook, Instagram e WhatsApp.
Elon Musk achou que nessa altura do campeonato, após testar de todas as formas a paciência do judiciário brasileiro, conseguiria escapar de alguma punição?
A saída do aplicativo X do ar deixa mais um aviso aos donos das big techs ao redor do mundo: o Brasil tem leis e soberania, algo que parece que os países que se consideram de primeiro mundo ainda não entenderam.
Vale lembrar que a Embaixada dos Estados Unidos chegou a comentar que estava de olho na questão envolvendo o entrave entre Elon Musk e STF e olhava com preocupação, pois enxergava censura: “Liberdade de expressão é pilar de uma democracia saudável”. Como diz o ditado: Enfim, a hipocrisia!
Recentemente, as manchetes nos Estados Unidos foram o Congresso e a Suprema Corte do país tentando tirar do ar o aplicativo TikTok do ar com algumas alegações esfarrapadas já conhecidas como espionagem chinesa, pelos políticos do país do Tio Sam.
Em abril deste ano, o presidente da Terra do Mickey, Joe Biden, sancionou um projeto de lei que determina a proibição do TikTok, a menos que seu proprietário a empresa chinesa Byte Dance, venda a operação americana da empresa em um prazo de até nove meses.
Engraçado que para Mark Zuckerberg, dono da Meta sempre foi passada a mão na cabeça para os problemas que a Meta cria para o mundo todo com suas redes sociais? Soberania parece que só vale para os Estados Unidos, né?
O que esperar vindo de um país que só se mantém em pé sendo mercenário? Afinal, o mesmo faz o financiamento das guerras que acontecem no Oriente Médio há mais de uma década, matando diversos inocentes pelo caminho, como acontece nos dias de hoje na Faixa de Gaza.
Acho que nem preciso comentar quem foi o principal motivador da Guerra da Ucrânia? Se o país de Volodymyr Zelensky tivesse entrado na OTAN, a Rússia teria um arsenal nuclear do inimigo no quintal do vizinho, tal qual a União Soviética com os mísseis em Cuba durante a Guerra Fria.
Elon Musk só trouxe a StarLink para o Brasil para monitorar o que ocorre na Amazônia, atrás de jazidas minerais como lítio para as baterias dos carros elétricos produzidos pela Tesla.
Aliás, o acordo foi feito durante o desgoverno Bolsonaro que resultou nas Forças Armadas terem internet pela StarLink, ou seja, Elon Musk tem todos os dados, onde estão os soldados durante suas operações no estado, só um burro acreditaria que um cara capaz de vender a própria mãe e os filhos, não venderia essas informações para o governo do país que pagasse mais.
O problema do Brasil com o Elon Musk é digno de um livro aprofundando tudo isso que estou trazendo neste artigo que mesmo sendo de opinião está totalmente embasado em fatos que você pode procurar nos principais portais de notícias desde os da mídia comercial como também os veículos de comunicação independente.
Vale lembrar que, para Musk, não escapar de pagar as multas, o ministro Alexandre de Moraes congelou as contas brasileiras da StarLink que chegam a movimentar cerca de 1 bilhão de reais.
Só em 2023, com o X, Elon Musk faturou cerca de 5 bilhões de dólares no mundo todo, mesmo sendo alvo de restrições em 37 países. Mesmo que X tivesse somente 40 milhões de acessos no Brasil, a cada minuto que passa fora do ar, é dinheiro fora do bolso do bilionário com síndrome de Deus.
Segundo a Verdict, uma marca de propriedade da consultoria GlobalData. "A abordagem de Musk em relação à liberdade de expressão está cada vez mais em desacordo com as regras dos países democráticos. A União Europeia abriu uma investigação a respeito do X, Meta e TikTok por violar a Lei de Serviços Digitais", disse Laura Petrone, analista sênior da GlobalData.
Com a suspensão indeterminada do X/Twitter, quem ganhou 500 mil novos usuários foi a rede social BlueSky, criada por Jack Dorsey, ex-CEO e um dos criadores do próprio Twitter.
O BlueSky hoje é tocado pela CEO Jay Graber, o microblog segue os mesmos padrões do finado Twitter/X, a diferença é que é um aplicativo descentralizado atuando de forma autônoma, além de uma empresa de benefício público com fins lucrativos cujos objetivos incluem causar um impacto positivo na sociedade, tal qual o Twitter fez durante anos sendo munido de informação pelos jornalista e especialistas de diversas áreas sejam eles de veículos comerciais ou independentes, além de também trazer todos os tipos de entretenimento possível.
A rede BlueSky, ao contrário do X, tem moderação de comentários, ou seja, quando você concorda com os termos de contrato, você pode perder a conta caso cometa algum crime. Enquanto no X, se alguém era racista com você, mesmo você denunciando, o X fingia que não enxergava as violações, porém, se você rebatia, sua conta era bloqueada por até 48 horas.
Como diz a cantora Simone: “Como será o amanhã? Responda quem puder!”, o dia seguinte ao caos é responsável por responder às perguntas ainda não respondidas, pois é ali que vemos o resultado na prática. Representando o meme: “Estamos há 12 horas sem o Twitter, o recorde é de 12 horas”.
Posso afirmar que o Twitter morreu há cerca de 2 anos quando a rede social foi comprada por Elon Musk. Apesar de continuarmos usando o aplicativo em sua fase X, nós twitteiros transformamos a rede social em um espírito próprio que carregamos no nosso dia a dia para onde for.
Aliás, as páginas de fofoca do Instagram viveram esses anos todos sendo munidas com as notícias trazidas pelo que bombava no Twitter e depois o X.
O BlueSky está escrevendo uma nova história da mesma forma que o Twitter construiu, ainda é somente o início de uma nova rede, porém não posso deixar de citar o Treads, mais uma das mídias sociais da Meta vinculada ao Instagram, para nós Twitteiros, ela é a rede do pessoal falso com aquela positividade tóxica bem representada pelos apresentadores Luciano Huck e Marcos Mion.
O Threads tem como garantia de público, o pessoal que só precisa atrelar a conta do Instagram, porém lembrem a Meta está usando as informações dos usuários de suas redes para treinar sua inteligência artificial generativa, onde a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) teve que ordenar para que a prática fosse interrompida.
Comentários
Postar um comentário