Somente Elas: Um bom choro nível Sessão da Tarde para as madrugadas

O longa estrelado por Whoopi Goldberg, Drew Barrymore e Mary-Louise Parker em 1995 está disponível na Netflix.


Como já disse em textos anteriores, faço parte de um grupo seleto da Geração Z que é considerado a última geração (1997-2005), a consumir televisão de forma linear. 


Sendo assim muitos dos meus traços para escolha de filmes acabam debandando para escolha de clássicos e cult, certeza que essa influência também se deu em por conta de faixa de filmes como Sessão da Tarde (Globo), Cine Aventura (Record), Tela de Sucessos e Cine Belas Artes (SBT). 


As faixas citadas sempre trouxeram ao público escolhas em que o filme tem que ter algum sentido maior que ser um mero entretenimento, até mesmo o "Curtindo a Vida Adoidado" (1986), reprisado a exaustão na faixa vespertina da Globo, já abordava a relação tóxica de Cameron Frye (Alan Ruck), com seu pai e o quanto isso afeta sua saúde mental.


Hoje vemos a faixa lotada com filmes de temática gospel que em nada representam o grande público que é o Brasil, basta ver que em algumas praças consideradas conservadoras em termos morais preferem ver a vida dos famosos no Fofocalizando no SBT e os policiais sangrentos da Record.


Mas no final da noite de segunda (18/08) para terça (19/09), minha escolha na Netflix foi o longa-metragem “Somente Elas” (Boys on the Side/1995), estrelando Whoopi Goldberg, Drew Barrymore e Mary-Louise Parker como três amigas em uma viagem cross-country.


Todos nós em algum momento vamos atrás de filmes que nos fazem chorar, ao contrário do meu último filme, The Fabelmans (2022), esse me deu aquele quentinho no coração tradicional no final das minhas tardes, quando após a Sessão da Tarde, a soap opera Malhação entrava no ar em seguida.


Jane (Whoopi Goldberg) quer recomeçar sua vida em Los Angeles, após levar um pé na bunda da namorada e ser demitida, ela é uma cantora de grande talento, mas está desempregada. Enquanto Robin (Mary-Louise Parker) é uma agente imobiliária, que descobriu recentemente que está com AIDS e está tensa com a possibilidade de terminar a vida sozinha. Já o ponto cômico da história claramente ficou com Holly (Drew Barrymore), entrando naquele papel de loira, linda e burra, que não é nada legal.


Jane e Robin salvam Holly do namorado abusivo Nick, mas ele acaba morrendo então o que antes era uma viagem para recomeçar a vida em Los Angeles vira uma viagem mais longa e com a descoberta de Jane sobre a doença e a piora dos estado de Robin, ás três decidem recomeçar a vida em Tucson, Arizona, mas claro alguns conflitos ocorrem.


O longa é emocionante e divertido, apesar da tristeza e melancolia tomar conta em seus momentos finais, definitivamente é um filme que merece um remake para os tempos atuais, pois, se na época de seu lançamento 1995, ele já foi ousado em falar sobre homossexualidade feminina, mulheres com AIDS, sem que haja culpados e claro a importância das redes de apoios. Imagina hoje? Com uma boa direção e elenco de peso?


O filme me lembrou os longas: “A Cura” (The Cure/1995), estrelado por Brad Renfro e Joseph Mazzello; “The Beaches” (1988), estrelado por Bette Midler e Barbara Hershey, baseado no livro de mesmo nome de  Iris Rainer Dartque, como também a série “Amigas para Sempre (Firefly Lane/2021) da Netflix, estrelada por Katherine Heigl e Sarah Chalke que também me levou às lágrimas em madrugadas de inverno como essas. 


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