The Fabelmans: Vamos falar de sonhos!

Será que o pedido de socorro só chega quando precisamos de intervenção médica psicológica? O que te impede de viver sua própria verdade?


Em 2023, assisti pela primeira vez o filme The Fabelmans de Steven Spielberg e Tony Kushner, o longa metragem distribuído pela Universal Pictures, me arrancou diversas lágrimas durante as impressionantes interpretações dos atores Michelle Williams e Gabriel LaBelle.

Quem vê pela superfície acredita que vai ser um longa-metragem ensolarado e tradicional, mas é algo completamente diferente, por sua simplicidade ao abordar os dois lados de uma mesma questão, o abandono de si e a busca por seus sonhos em meio às turbulências familiares. 

A primeira vista me emocionei com cada ponto do filme, em outubro de 2023, mas ao assisti-lo novamente em na madrugada de domingo para segunda em 18 de agosto de 2025, com um olhar mais frio e analitico, sem deixar minha primeira emoção de lado ao assistir, me questionei sobre onde parou o meu sentimentalismo, após três anos.

Você vê Mitz Fabelmans sendo uma mãe dedicada, carismática que entrega aos filhos amor e personalidade própria durante o percurso, porém desde o início do filme fica claro que ela abriu mão de sua brilhante carreira para se dedicar ao marido e aos filhos, por desejo de sua mãe. 

De início vemos que ela equilibra bem o fato de ser uma mãe disfuncional com um marido metódico, o Sr. Burt, que é um gênio da computação, mas isso vai por água abaixo quando ela se apaixona por Bennie, melhor amigo e colega de trabalho de Burt.

Mitz abriu mão de tudo esses anos todos, será que ela precisa abrir mão novamente de si mesma, quando os filhos já estão praticamente criados?

O primeiro a descobrir o caso é Sammy Fabelman, o filho mais velho, o cineasta da família, tal qual sua mãe ele também tem dons artísticos e após descobrir o caso da mãe com o tio, durante a gravação que fez num passeio de acampamento da família e passa a tratá-la mal, sem compreender o que seu tio-avô, falou em sua aparição relâmpago no filme, após a morte de sua avó: “Ela abriu mão de tudo por vocês, siga seus sonhos”.

Sammy entra em parafusos, quando seu pai se muda para o norte da Califórnia, junto com a família para assumir uma grande vaga na IBM, Burt, não vê os talentos do filho como algo que dê futuro e o pressiona para escolher uma profissão tradicional, esse redemoinho de conflitos, se alia a depressão que sua mãe sente, ao ficar longe de Bennie.

Aquela mulher vibrante e carismática dá lugar a uma mulher triste que não consegue levantar mais da cama. Ao fazer terapia, ela passa a entender que ela precisa se escolher, a separação dela de Burt causa um confronto em família, agora decidida, ela vai viver sua própria história e essência.

Enquanto Sammy tenta equilibrar todas essas informações enquanto vive o dilema do preconceito religioso na nova escola e claro uma oportunidade de voltar a fazer filmes, quando é convidado para gravar o dia da farra, e ali põe em prática, o que ninguém consegue esconder: a verdade. 

No curta-metragem, ele retrata o cara mais popular da escola, como somente um objeto de perfeição vazio, o valentão como um excluído, olhar estava afiado e mostrou quem era quem.

Após a saída de sua mãe de casa com as três irmãs para morar com Bennie, Sammy está num emprego e faculdade tradicional, o que o deixa com os nervos à flor da pele tendo crises de pânico constantes, enquanto manda cartas para os estúdios de televisão e cinema, atrás de uma chance. 

Somente ali, Burt começa a enxergar que seu filho está no limite e após ver uma foto de Mitz feliz ao lado de Bonnie em uma foto de um churrasco com suas filhas, ele percebe que Sammy, não precisa ser quem não acredita e que ele não vai se distanciar dele. 

Como num passe de mágica, uma carta dos estúdios da CBS aparece dando uma oportunidade para Sammy, como se ele só precisasse da aprovação do pai, quando na verdade já tinha todas as respostas.

A semi-biografia de Steven Spielberg pode se chamar um filme reflexivo para além dos muros, ele tem todo aquele tom americanizado, mas não tem nenhum herói, na verdade ele fala mais sobre a decisão do ser humano de ser uma fachada ou ser um ser que vive a própria verdade sendo honesto com nossos próprios defeitos.

Meu maior incômodo no filme foi não ver atores negros em cena, acredito que eu não fosse o publico alvo desse filme semi-biografico de um diretor aclamado em todas as esferas de players mundialmente. Porém histórias familiares me chamam atenção.

Em 2023, eu daria 10, hoje, minha nota é 7,5.

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