Furacão Milton mostra o quão vendidas as emissoras brasileiras são
Elas são originárias do Brasil, mas servem aos interesses dos países estrangeiros.
Deveria ser um crime previsto na constituição brasileira, que os únicos veículos de comunicação disponíveis à população sejam comerciais, mas para felicidade das famílias Marinho, Abravanel, Saad e Macedo e etc, não é um crime que essas famílias usem da forma que bem entender seus veículos de informação que tem concessão e verbas pública.
Nem sempre quem assiste a esses canais diariamente se lembra de que as notícias veiculadas passam por uma triagem editorial, onde o que ferir os contratos comerciais e aliados políticos da empresa é excluído da reunião de pauta.
Independentemente de se tratar de uma série de denúncias de fraude e omissão do Nubank, patrocinador do Jornal Nacional, ou se for uma matéria informando que a empresa de agrotóxicos de um familiar da Família Saad está causando doenças na população local do interior de São Paulo.
A omissão ao público que assiste é tanta que, até a ditadura militar, os principais veículos de comunicação apoiaram, e nenhum deles escapa, incluindo os impressos Folha de São Paulo e Estadão.
Mas quando o assunto é soberania nacional, essas emissoras esquecem de ser do Brasil, afinal seus contratos com empresas americanas ajudam muito a manter o faturamento e a grade de programação com produções americanas.
Que os Estados Unidos sempre interferiram na soberania nacional de diversos países, isso não é novidade, porém o apoio dos veículos de comunicação brasileiros é o que me deixa cada vez mais enojado.
Afinal, todas as emissoras amam falar ser brasileiras em suas propagandas, mas isso não passa de uma mentira, por apoiarem todas as interferências estrangeiras em prol de receberem dinheiro, independentemente de que isso mate a população.
A cobertura sobre o genocídio que Israel faz, financiado pelos EUA em Gaza e no Líbano, é a maior prova de que a cobertura é totalmente manipulada. Chamar os palestinos, libaneses e outros povos do oriente médio de terroristas deveria ser um crime. Pois esse povo sofre há anos com a exploração de terras feita pelos Estados Unidos e pela União Europeia.
E a imprensa brasileira, até mesmo a alternativa e independente, entra na onda. Há exceções, mas são muito poucas para conseguir informar um país de mais de 200 milhões de pessoas que nem sempre têm acesso à internet de qualidade e os canais certos para se informar.
Fora que tem a questão da educação, nem todos os brasileiros sabem distinguir o que é notícia e o que é opinião, aliás não têm noção crítica do que se passa na televisão. E às vezes nem tem tempo de fazer uma pesquisa na internet para saber se tal informação que recebeu é verdadeira por conta de uma legislação trabalhista retrógrada que ainda permite escala 6×1 e um salário mínimo de 1.400 reais.
Basta ver que é mais importante falar do Furacão Milton na Flórida, nos Estados Unidos, do que aprofundar as notícias e informar a população com o que realmente está acontecendo aqui nesse país que tem 27 estados.
Aliás, vale lembrar que, durante a catástrofe que ocorreu em maio no Rio Grande do Sul, os noticiários americanos só dedicaram 15 segundos para falar sobre o que estava ocorrendo aqui.
Enquanto emissoras brasileiras como Globo, CNN Brasil e BandNews dedicam mais de 24 horas de sua programação a cobertura do que ocorre na Flórida e sem nenhuma análise sobre as mudanças climáticas do ponto de vista humano.
Mas nem posso elogiar a cobertura sobre o que ocorreu no Rio Grande do Sul, pois se priorizou o drama que a população estava passando e não investigar o porquê ocorreu, divulgar e apontar os culpados e levá-los à justiça por omissão.
Porém, valeu mais para grande parte dos brasileiros ver o publicitário William Bonner, formado pela USP, de camisa preta, apresentando o Jornal Nacional com entonação emotiva. Quando não, Patrícia Poeta, mostrando como estava o bairro onde morou ao vivo no Encontro.
Nem preciso lembrar como foi a cobertura da Record, SBT, Band, RedeTV, CNN Brasil e Jovem Pan News, pois todas dedicaram suas programações à espetacularização da tragédia a fim de conseguir audiência e passar a imagem de emissoras do povo mostrando sua desgraça e desabafos em prantos.
Passou o tempo, a audiência caiu, aliás, em Manaus, desde novembro do ano passado, o ar da cidade estava intragável por conta das queimadas. As emissoras fingiram que não viram até a notícia ser veiculada por jornais internacionais.
Mostrando que o assunto só é importante quando a mídia internacional os pauta, não à toa teve matéria no dominical Fantástico, não dando nome aos responsáveis pelas queimadas, certeza de que por serem parceiros comerciais do grupo.
Sendo assim, informação de qualidade completa nunca chega ao público brasileiro e, claro, os desertos de notícias são maiores do que os divulgados, pois a maioria das afiliadas é chapa branca, totalmente aliadas financeiramente às prefeituras.
Um grande exemplo foi a emissora de TV Gazeta de Fernando Collor, afiliada da rede Globo em Maceió, em Alagoas, que não noticiou de nenhuma forma o caso da mineradora Braskem que afundou a cidade.
Existe um Brasil imenso de notícias, mas ele não é revelado, por haver o acórdão comercial e político entre as emissoras com diversos marajás da realidade e assim o povo vive na ignorância de saber somente o que o establishment quer.
A internet até trouxe uma democratização da informação, mas a notícia só chega ao receptor se tiver engajamento. Há também o problema chamado fake news que não podemos esquecer.
Além do sucateamento da profissão de jornalista, que faz muitos terem que ir para outros caminhos, pois só entra quem faz parte da panelinha corporativa que se rende a ser um boneco ventríloquo.
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