A evolução da edição audiovisual 

O que antes era uma habilidade restrita a produções audiovisuais de cinema e televisão, virou uma base curricular que pode decidir se você será contratado ou não.


Hoje em dia, não há como pensar no mundo sem a edição audiovisual, afinal, em todo lugar que você olha tem um vídeo editado passando, principalmente nas redes sociais. Atualmente, até uma criança de 5 anos sabe mexer no CapCut melhor que eu para postar vídeos no Kwai e TikTok.

Como disse minha professora Wânia Seixas, na época da faculdade, a edição de vídeo, anteriormente chamada de montagem, era algo prioritariamente material, as pessoas usavam lâminas para cortar e fazer a edição daqueles rolos imensos de filmes.

Já eu sou da época em que edição de vídeos era um termo só citado em época de aniversários e casamentos para montar aquele carrossel de fotos, na época chamado de Slide show, que todo mundo sentava perto do telão para assistir antes dos parabéns. E como muitos da geração Z nos anos de 2004 a 2012, tenho certeza que conheceram o Windows Movie Maker, o qual foi o início de muitos na edição de vídeos como eu.

Comecei a usar o Criador de Filmes do Windows em 2012, fazendo aquelas apresentações de fotos com vídeos, logo depois passei a fazer vídeos com legendas daquelas que ainda vemos no YouTube, ao ir atrás de uma música antiga de 2009.  

Usei o aplicativo da Microsoft até setembro de 2015, cheguei a usá-lo para editar vídeos em dois canais iniciais que tive no YouTube que levavam os nomes: Parada Musical e Clip Clip.

Porém, esses canais eram muito genéricos, então criei outro com o nome Conexão Alegria e com ele fui atrás de outro editor de vídeos, no caso o Wondershare Filmora, que usei craqueado de outubro de 2015 até outubro de 2022.

O Filmora foi o editor de vídeos que foi responsável pela minha melhor entrega de conteúdo audiovisual durante 7 anos. Não posso negar que esse aplicativo de edição de vídeos foi a minha faculdade de edição de áudio, vídeo e design gráfico. Na época, por ser mais novo, eu fuçava tudo e aprendia conforme conhecia o aplicativo.

Porém, todo ciclo na vida chega ao fim, não é?

O Wondershare Filmora foi a minha entrada e consolidação na edição audiovisual profissional, porém também o aplicativo responsável pela minha perda de três notebooks: um Itautec, um Acer e um Positivo, e acreditem se quiser o que mais durou foi justamente o Positivo, que sobreviveu a jornada de janeiro de 2015 a novembro de 2017.

Mas o Filmora também foi responsável pelo meu amadurecimento em termos de conhecimento de requisitos de sistema e que tipo de computador eu precisaria para poder editar, e não tenho vergonha de dizer que eu era leigo e ainda sou para algumas coisas. 

Enfim, esse problema foi resolvido com minha mãe investindo num PC em junho de 2018, o mesmo que uso para escrever esse artigo, que tem os requisitos necessários para gravação, edição de audiovisual e transmissões ao vivo.

Porém, o Wondershare Filmora continuou a dar problemas mesmo nesse PC que valeu cada centavo gasto e eu aguentei com o aplicativo até enquanto eu pude. Naquele momento, não dava para eu aprender a mexer em um novo do nada, eu estava no final do terceiro ano da faculdade de jornalismo e perto da entrega de um piloto de telejornal. 

Que só Deus sabe o quanto eu padeci para conseguir entregar, pois o editor travava o PC e não salvava o arquivo mesmo tendo sido salvo o projeto, justamente na edição final, refeita três vezes do início ao fim por conta do aplicativo.


Após a entrega do telejornal, eu entrei num hiato de produção de conteúdo, justamente para achar um aplicativo que atendesse minhas expectativas e que fosse gratuito.

Muitos devem se perguntar: Por que você não trocou de editor de vídeo ao ver que o Filmora era pesado? A resposta é pela comodidade e pela qualidade que o aplicativo me entregava.

Hoje em dia, estou mais tranquilo em sair da zona de conforto para aprender novas coisas, aliás foi a busca por um novo editor de vídeos que iniciou minha transição do Windows para o Linux, que em um próximo artigo conto como foi.

Eu assisti a inúmeros tutoriais de edição de vídeos sobre ShotCut, OpenShot, Davinci Resolve, CapCut, Kdenlive, Onlive, etc. E o que mais me chamou atenção foi o CapCut pela semelhança com o Filmora. Como eu havia dito, a comodidade ainda me dominava. 

Mas isso não quer dizer que logo de cara me dei bem com o aplicativo, aliás, cheguei a baixar o Davinci e outros aplicativos para fazer uma maratona de uma semana com cada um. E sendo sincero, foi um inferno, mas no final, quem me serviu melhor foi o CapCut que hoje já não uso com tanta frequência como já usei até o início deste ano. 

Como havia dito, a busca por um editor de vídeos gratuito me fez mudar até de sistema operacional e, dito e feito, eu hoje uso o ShotCut, após ter enfrentado um curso de edição de vídeos gratuito pela Aprende Mais MEC (Clique aqui caso tenha interesse em aprender a usar o ShotCut). 

Em abril desse ano, passei a postar vídeos com o editor open source totalmente gratuito e claro, não penso em mudar tão cedo, aliás, continuo vendo tutoriais para aprender a mexer cada vez mais no editor.


E passei recentemente a querer aprender a mexer em outros editores gratuitos do mundo Linux, como Kdenlive, Audacity e Flowblade. Apesar de eu usar o Shotcut para vários tipos de edição, eu decidi que não quero ficar preso. Aliás, eu usei durante um tempo o OpenShot para fazer digitalização de vídeos num estágio que fiz no final do ano passado.

E claro, para quem achou que minha dependência era somente do Filmora, está enganado. Eu também era ultra dependente do PowerPoint, foi por ele que fiz boa parte dos meus pacotes gráficos para o canal do YouTube, desde animações gráficas a banners.

Para vocês terem uma ideia, até curso em pacote Office tenho de 2012, porém, por conta dos aplicativos da Microsoft serem pagos e terem diversas restrições nas versões gratuitas, fui para o Canva e Google Docs. Espero logo mais aprender a mexer avançadamente no LibreOffice, o qual é totalmente gratuito, porém isso demanda tempo e paciência que o escritor deste artigo não tem muito.

Sobre os aplicativos open source, hoje em dia planejo aprender ao máximo sobre como usá-los e claro também divulgá-los, pois acredito que há muitas pessoas que não têm condições de ficar pagando um pacote anual de editor de vídeos, aplicativos de escritório e design gráfico.

Okay, sei que vivemos num mundo capitalista, onde o corporativismo vem primeiro que questões humanas e básicas. Acredito que todos têm direito a ter acesso a aplicativos e sistemas operacionais que não deem dor de cabeça e que as pessoas aprendam a mexer neles, pois tudo isso virou exigência básica curricular no mercado de trabalho. 

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